Este maravilhoso
filme do grande mestre Kazan ilustra muito bem o ambiente reinante na Fenprof,
a maior organização de professores do nosso país, as suas orientações e a sua
posição no seio do sistema educativo.
Num país que sofre
de um atraso estrutural ao nível educativo, abrangendo toda a sociedade, desde
a actual população escolar, com sérios problemas de insucesso, abandono e
outros, até à nossa população activa, a menos qualificada da União Europeia,
muitos são os problemas que urge resolver.
Não obstante sermos
um dos países que mais gasta na educação, os resultados não espelham o
investimento e, portanto, só resta concluir que o dinheiro é mal gasto. As
razões desta má aplicação do investimento são variadas, e não as vamos discutir
aqui.
Mas há coisas que é
preciso dizer, independentemente do tema do discurso. A escolaridade
obrigatório foi fixada em 1986 no 9ª ano, o que já se sabia na altura era
insuficiente. Todavia será preciso esperar por 2012 para que os primeiros
alunos sejam abrangidos pela escolaridade obrigatória até ao 12º ano, ou seja,
foram precisos 26 anos para tomar esta decisão. Os equipamentos, apesar da
nítida melhoria nos últimos 20 anos, continuam a ser insuficientes, mal distribuídos, sem
manutenção, etc. Os programas e currículos estão desactualizados, na maior
parte dos casos são impraticáveis dada a sua desproporcional extensão,
excessivamente repetitivos, e pior do que tudo, desviados da realidade social,
profissional, económica e mesmo da pedagogia e didáctica. Por fim, os alunos,
que deviam ter na escola as suas oportunidades para, além de aprenderem as
matérias curriculares, porem em pratica diversas capacidades, desenvolverem
competências extracurriculares e praticarem os seus hobbys preferidos, acabam
por não ter essas oportunidades, uma vez que, cerca de 40% do tempo diário não
têm nada para fazer, ficando entregues a si próprios, quando deviam estar numa
actividade qualquer acompanhados e monitorizados por professores, os únicos
habilitados para educar dentro da escola.
Portanto, muito há
para resolver ao nível do ensino e da educação, não obstante a FENPROF só está
preocupada com avaliação de desempenho dos professores, preocupação legítima
não fosse o facto da FENPROF apenas ter duas posições neste aspecto. A primeira diz que não querem avaliação , a
segunda, mais aberrante ainda diz que, a
haver um modelo de avaliação, ele não pode ter qualquer efeito na carreira dos
professores e , portanto, ser absolutamente inútil, já que o único objectivo de
uma avaliação profissional é graduar os mesmos segundo as suas capacidades e
competências.
Assim sendo, resta
dizer que, talvez seja uma boa altura para a FENPROF convocar uma sessão de
cinema para os seus associados e passar este magnífico filme que é "Há
Lodo No Cais"…e no fim, se tiverem lata suficiente, baterem palmas..
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