Reflexos de uma pandemia,uma incapacidade para discernir a ficção da realidade, introduzida por alguns, (para seu próprio benefício), com mecanismos de auto-preservação, que a agravam sempre que se experimenta uma terapia nova. A perdição é tal que já não se procura a cura, mas sim a melhor forma de viver e morrer com a maleita. Triste fado de um povo que outrora desvelou e guiou o mundo e agora nada mais é do que o reflexo de um moribundo embriagado, sem crença, destino ou direcção.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
HÁ LODO NO CAIS
Este maravilhoso
filme do grande mestre Kazan ilustra muito bem o ambiente reinante na Fenprof,
a maior organização de professores do nosso país, as suas orientações e a sua
posição no seio do sistema educativo.
Num país que sofre
de um atraso estrutural ao nível educativo, abrangendo toda a sociedade, desde
a actual população escolar, com sérios problemas de insucesso, abandono e
outros, até à nossa população activa, a menos qualificada da União Europeia,
muitos são os problemas que urge resolver.
Não obstante sermos
um dos países que mais gasta na educação, os resultados não espelham o
investimento e, portanto, só resta concluir que o dinheiro é mal gasto. As
razões desta má aplicação do investimento são variadas, e não as vamos discutir
aqui.
Mas há coisas que é
preciso dizer, independentemente do tema do discurso. A escolaridade
obrigatório foi fixada em 1986 no 9ª ano, o que já se sabia na altura era
insuficiente. Todavia será preciso esperar por 2012 para que os primeiros
alunos sejam abrangidos pela escolaridade obrigatória até ao 12º ano, ou seja,
foram precisos 26 anos para tomar esta decisão. Os equipamentos, apesar da
nítida melhoria nos últimos 20 anos, continuam a ser insuficientes, mal distribuídos, sem
manutenção, etc. Os programas e currículos estão desactualizados, na maior
parte dos casos são impraticáveis dada a sua desproporcional extensão,
excessivamente repetitivos, e pior do que tudo, desviados da realidade social,
profissional, económica e mesmo da pedagogia e didáctica. Por fim, os alunos,
que deviam ter na escola as suas oportunidades para, além de aprenderem as
matérias curriculares, porem em pratica diversas capacidades, desenvolverem
competências extracurriculares e praticarem os seus hobbys preferidos, acabam
por não ter essas oportunidades, uma vez que, cerca de 40% do tempo diário não
têm nada para fazer, ficando entregues a si próprios, quando deviam estar numa
actividade qualquer acompanhados e monitorizados por professores, os únicos
habilitados para educar dentro da escola.
Portanto, muito há
para resolver ao nível do ensino e da educação, não obstante a FENPROF só está
preocupada com avaliação de desempenho dos professores, preocupação legítima
não fosse o facto da FENPROF apenas ter duas posições neste aspecto. A primeira diz que não querem avaliação , a
segunda, mais aberrante ainda diz que, a
haver um modelo de avaliação, ele não pode ter qualquer efeito na carreira dos
professores e , portanto, ser absolutamente inútil, já que o único objectivo de
uma avaliação profissional é graduar os mesmos segundo as suas capacidades e
competências.
Assim sendo, resta
dizer que, talvez seja uma boa altura para a FENPROF convocar uma sessão de
cinema para os seus associados e passar este magnífico filme que é "Há
Lodo No Cais"…e no fim, se tiverem lata suficiente, baterem palmas..
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
quem te viu e quem te vê!
terça-feira, 6 de setembro de 2011
UHM! NO FIM, QUANTO DARÁ PARA CADA UM...
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
porque escrevo estas coisas?
Talvez porque não tenha nada para fazer! Talvez porque seja isso mesmo que devo fazer! Talvez porque é necessário que alguém o faça! Talvez esteja apenas a cumprir a minha parte e todos nós devêssemos fazer tal coisa! Talvez porque estou farto de pensar nisto e tenho mesmo que falar com alguém (mesmo que esse alguém sejam, em potência, todos, e na realidade nenhum)! Talvez porque me apeteça gritar bem alto tudo aquilo que digo, e para que seja mesmo muito alto e ruidoso, substituo o nível do volume do meu grito pelo número de ouvidos no auditório, (partindo do princípio que alguém irá escutar, ou neste caso, espreitar e ler). Talvez sim, ou talvez não! Ou parafraseando "o poeta", talvez isto ou aquilo, ou nem isto nem aquilo, tudo e coisa nenhuma. e por falar em "poeta" termino, depois da paráfrase com uma citação do mesmo:
""Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.(...)
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer. (...)
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, e a história não marcará, quem sabe?, nem um. (...)
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
""Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.(...)
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer. (...)
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, e a história não marcará, quem sabe?, nem um. (...)
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
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