sexta-feira, 9 de setembro de 2011

HÁ LODO NO CAIS



Este maravilhoso filme do grande mestre Kazan ilustra muito bem o ambiente reinante na Fenprof, a maior organização de professores do nosso país, as suas orientações e a sua posição no seio do sistema educativo.
Num país que sofre de um atraso estrutural ao nível educativo, abrangendo toda a sociedade, desde a actual população escolar, com sérios problemas de insucesso, abandono e outros, até à nossa população activa, a menos qualificada da União Europeia, muitos são os problemas que urge resolver.
Não obstante sermos um dos países que mais gasta na educação, os resultados não espelham o investimento e, portanto, só resta concluir que o dinheiro é mal gasto. As razões desta má aplicação do investimento são variadas, e não as vamos discutir aqui.
Mas há coisas que é preciso dizer, independentemente do tema do discurso. A escolaridade obrigatório foi fixada em 1986 no 9ª ano, o que já se sabia na altura era insuficiente. Todavia será preciso esperar por 2012 para que os primeiros alunos sejam abrangidos pela escolaridade obrigatória até ao 12º ano, ou seja, foram precisos 26 anos para tomar esta decisão. Os equipamentos, apesar da nítida melhoria nos últimos 20 anos, continuam a  ser insuficientes, mal distribuídos, sem manutenção, etc. Os programas e currículos estão desactualizados, na maior parte dos casos são impraticáveis dada a sua desproporcional extensão, excessivamente repetitivos, e pior do que tudo, desviados da realidade social, profissional, económica e mesmo da pedagogia e didáctica. Por fim, os alunos, que deviam ter na escola as suas oportunidades para, além de aprenderem as matérias curriculares, porem em pratica diversas capacidades, desenvolverem competências extracurriculares e praticarem os seus hobbys preferidos, acabam por não ter essas oportunidades, uma vez que, cerca de 40% do tempo diário não têm nada para fazer, ficando entregues a si próprios, quando deviam estar numa actividade qualquer acompanhados e monitorizados por professores, os únicos habilitados para educar dentro da escola.
Portanto, muito há para resolver ao nível do ensino e da educação, não obstante a FENPROF só está preocupada com avaliação de desempenho dos professores, preocupação legítima não fosse o facto da FENPROF apenas ter duas posições neste aspecto.  A primeira diz que não querem avaliação , a segunda, mais aberrante ainda diz que,  a haver um modelo de avaliação, ele não pode ter qualquer efeito na carreira dos professores e , portanto, ser absolutamente inútil, já que o único objectivo de uma avaliação profissional é graduar os mesmos segundo as suas capacidades e competências.
Assim sendo, resta dizer que, talvez seja uma boa altura para a FENPROF convocar uma sessão de cinema para os seus associados e passar este magnífico filme que é "Há Lodo No Cais"…e no fim, se tiverem lata suficiente, baterem palmas..

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

quem te viu e quem te vê!

ora aqui está um exemplo perfeito da "pedrada" que atingiu os políticos portugueses, (e que acaba por atordoar toda a gente que cá existe e labuta) e da qual não se "conseguem" livrar...eles bem tentam... e ás vezes conseguem...ir para a oposição...depois do "saque efectuado" depois das "transferências" estarem consolidadas num paraíso fiscal qualquer, depois das pensões milionária asseguradas aos 40 anos (com 4 ou 5 de serviço, a maior parte das vezes um mau serviço que devia era ser punido severamente e não agraciado), depois dos "tachos" reservados para si próprios e para os amigos...lá vão eles para a oposição... claro que, posto isto, sobejamente conhecido de todos, é caso para perguntar quem ficou com a maior "pedra", se eles se nós...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

UHM! NO FIM, QUANTO DARÁ PARA CADA UM...

Ora aqui está um exemplo cabal de uma líder que sabe o que quer e, sobretudo sabe o que diz. Muito bem senhor candidato (à data) a 1ª ministro. Portanto, viradas algumas páginas (meses para ser preciso), ficamos a saber que as receitas extraordinárias para combater o deficit, afinal derivam de medidas que não mais serão revistas, segundo esta inteligência nacional, ou seja, como os impostos que subiram não voltarão a descer para as taxas anteriores ao plano de austeridade, as receitas de impostos vão manter-se para todo o sempre e não apenas por 2, 4 ou 6 anos que seja. O Estado consegue assim, uma "margem" que, por agora se destina a combater o deficit, mas quando este estiver controlado e estável em números razoáveis, então será uma "boa folga" que, resta saber se irá ser utilizada para compensar os variadíssimos deficits estruturais de que padece a nossa sociedade, a saber, a educação deficitária (cancro da sociedade), uma economia paralisada e, pior do que isso, com tendência paralisante, um serviço de saúde a abarrotar pelas costuras, uma segurança social que paga reformas de 280 euros a uns e de 15000 a outros, etc, etc, ou se será, como antevejo que seja, para gastar "à tripa forra", passada a tormenta da divida soberana, em múltiplos "jobs for the boys", em nomeações, e rápidas indemnizações multimilionárias a administradores, executivos e consultores afectos ao PSD e ao CDS-PP pelas suas "estrondosas" colaborações durante alguns meses (poucos como convém), na criação de organismos circunstanciais e específicos, dando emprego (não trabalho, mas emprego, ou melhor, salário) a uns milhares de sócios dos partidos do governo e suas respectivas famílias, organismos esses que jamais serão dissolvidos, mas antes serão aproveitados pelo posterior governo (quando for a vez do PS) para encaixar outros tantos da família socialista, e por aí adiante... Não vale a pena gastar muito mais latim neste assunto, porque afinal de contas, tudo isto é demasiado familiar, visto que nos tem acompanhado desde o tempo do Sr. Prof. Dr. Presidente Aníbal, quando arruinou o país, "transferindo" o erário público para a administração privada, presidida pelos seus variadíssimos e inúmeros "delfins", continuou com o Exmo. Sr. Engenheiro Tonecas (o único engenheiro 1º ministro de Portugal), atingiu o seu auge no tempo dos Exmos.Srs.Drs Santana e Portas que, apesar de curto, foi neste aspecto (de saque generalizado e descarado) magnífico, visto que uma só legislatura incorporou 2 ciclos de "gamanço", e ainda teve de servir 3 trupes de mercenários (a trupe Barroso e a trupe Santana, tendo-se safado à grande a trupe Portas que "comeu por duas vezes) e, culminou no absoluto e inefável êxtase da era do proto-engenheiro Sócrates, cujo resultado todos conhecemos. A ver vamos como se portarão os mais altos dignatários da nação que, ao contrário do que a história reza, cá no nosso cantinho, parecem ser escolhidos  dedo, não pelas suas qualidades profissionais, pela sua pureza ética e moral ou pelo seu sentido de justiça, mas sim pela sua habilidade em "tramar" o seu povo e delapidar o erário público em proveito próprio e dos seus amigos.... e assim vai este Portugal...atordoado e arruinado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

porque escrevo estas coisas?

Talvez porque não tenha nada para fazer! Talvez porque seja isso mesmo que devo fazer! Talvez porque é necessário que alguém o faça! Talvez esteja apenas a cumprir a minha parte e todos nós devêssemos fazer tal coisa! Talvez porque estou farto de pensar nisto e tenho mesmo que falar com alguém (mesmo que esse alguém sejam, em potência, todos, e na realidade nenhum)! Talvez porque me apeteça gritar bem alto tudo aquilo que digo, e para que seja mesmo muito alto e ruidoso, substituo o nível do volume do meu grito pelo número de ouvidos no auditório, (partindo do princípio que alguém irá escutar, ou neste caso, espreitar e ler). Talvez sim, ou talvez não! Ou parafraseando "o poeta", talvez isto ou aquilo, ou nem isto nem aquilo, tudo e coisa nenhuma. e por falar em "poeta" termino, depois da paráfrase com uma citação do mesmo:
""Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.(...)
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer. (...) 
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, e a história não marcará, quem sabe?, nem um. (...)
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. 
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada 
E com o desconforto da alma mal-entendendo. 
Ele morrerá e eu morrerei. 
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos. 
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.  
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, 
E a língua em que foram escritos os versos. 
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. 
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente 
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, 
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra , 
Sempre o impossível tão estúpido como o real, 
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, 
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. 
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) 
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. 
Semiergo-me enérgico, convencido, humano, 
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.